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Este mundo contemporâneo, criou duas realidades com que nós somos
confrontados todos os dias.

O real e o hiper-real.

O real é aquilo que é táctil e físico, o hiper-real alimenta-se de
imagens, sinónimos e ícones.

O hiper-real controla-nos quase que em absoluto.

Os grandes interesses económicos como “estimulantes” do consumo
desenfreado e causado por uma vivência cada vez mais impessoal e indiferente
ao próximo , tornou-nos participantes num “big broter” onde um mundo
aparente se revela de uma extrema importância nas nossas atitudes e
comportamentos que são minuciosamente controlados sem que disso tenhamos
noção, pelas imagens publicitárias descaradas ou subtis (que são as mais
eficazes).

A praça, e a rua deixou de ser um elemento de urbanidade e surge agora no
interior de mega-armazem marcados pelo frenezim do consumo, como a “praça
da alimentação” , a rua nesses espaços tem “fachadas” de cartão ou
acrílico, e por vezes até os sons são emitidos pelas aparelhagem para nos
induzir a “rua verdadeira” que agora percorremos não a pé mas de
automóvel.
O descanso de fim de semana é feito em fato de treino, a percorrer as
“Catedrais do Consumo” como se o fato de desporto “induzisse” numa
vida saudável e o consumo transforma-se quase tão importante para a
qualidade de vida como a própria respiração.

A realidade de guerra e o drama das bombas ,tem o mesmo valor e grau de
importância de uma telenovela e da publicidade pois é transmitida
indiferênciadamente entre ambas.

O turismo trata de nos convencer a “embarcar aos magotes” para guetos de
turistas chamados de “resorts” e “Disneilandias” e “Las Vegas”
onde não falta a torre Effeil, as Pirâmides do Egipto, e passeios de
gondola nas Venezas e outros embustes promovidos pela publicidade que tanto
nos “ajudam” a conquistar a felicidade virtual.